quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A Teoria SKINNERIANA de Aquisição da linguagem - TEORIA BEHAVIORISTA

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Nessa perspectiva, as teorias de aquisição e desenvolvimento da linguagem tentam explicar a forma como a linguagem verbal é adquirida por qualquer criança, em qualquer língua, em qualquer tempo.

No âmbito da psicologia, o behaviorismo é teoria e método de investigação psicológica que procura examinar do modo mais objetivo o comportamento humano e dos animais, com ênfase nos fatos objetivos (estímulos e reações), sem fazer recurso à introspecção. Mais voltada ao comportamento animal do que ao conhecimento humano, a teoria behaviorista também pode ser denominada teoria comportamental. Por ser, doutra sorte mais tendente à prática ou à experiência, seu caráter é essencialmente empirista. 
Nesse tocante, o vínculo do bahaviorismo ao empirismo, portanto, do método behaviorista à doutrina empirista, leva-nos a salientar que tal vínculo resulta, dentro de uma dimensão filosófica, do entendimento segundo a qual todo conhecimento, inclusive o lingüístico, provém unicamente da experiência, limitando-se ao que poder captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção, sendo, porém, descartadas as verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do racionalismo. 

No âmbito escolar, podemos sentir bem a presença ou atitude behaviorista da escola quando oferta um ensino repetitivo, reprodutivista, pouco reflexivo, em que o aluno, considerado uma tabula rasa, está, em sala para receber conhecimento, não se reconhecendo, assim, no educando, um ser atuante no processo de aprendizagem. Exercícios prontos, acabados, com um sentido só, entre outras características do modelo tradicional, não só sustentam um modelo pedagógico no País mas se sustenta teoricamente, em boa parte, nas teses behavioristas da aquisição da língua materna. No âmbito da Lingüística, que é o que mais no interessa aqui, o bahaviorismo é doutrina apoiada na proposta teórica de L. Bloomfield e depois por B. F. Skinner, que busca explicar os fenômenos da comunicação lingüística e da significação na língua em termos de estímulos observáveis e respostas produzidas pelos falantes em situações específicas. 

A teoria behaviorista durou, principalmente, nos anos 50, no domínio da psicologia como no domínio da lingüística. Além de Skinner (1957), estão associados a este teoria, do ponto de vista lingüístico, nomes como Osggod (1966) e White (1970). A teoria behaviorista da linguagem parte do pressuposto de que o processo de aprendizagem consiste numa cadeia de estímulo-respostareforço. O ambiente fornece os estímulos - neste caso, estímulos lingüísticos - e a criança fornece as repostas - tanto pela compreensão como pela produção lingüística. A criança, por esta teoria, durante o processo de aquisição lingüística, é recompensada ou reforçada na sua produção pelos adultos que a rodeiam.

A Teoria CHOMSKIANA de Aquisição da linguagem - TEORIA INATISTA


Resultado de imagem para CHOMSKY  Chomsky, defende também que a criança possui um dispositivo de aprendizagem chamado de DAL, que é ativado e se processa a partir de sentenças,  que recebe o nome de IMPUT, que tem como resultado a língua a qual a criança está exposta. O IMPUT, é formado por muitas regras e a criança em contato com a língua, seleciona as regras que funcionam para aquela língua, desativando as que não funcionam. De acordo com essa proposta, a criança tem uma Gramática Universal GU, inata e que contém todas as regras de todas as línguas.  Outra teoria também defendida por ele é a teoria dos princípios e parâmetros, esta muda a concepção que se tem da gramática universal. Segundo esta, a gramática universal é formada por princípios ou “leis” invariantes que são aplicadas do mesmo modo para todas as línguas, e parâmetros ou “leis”, onde os valores de acordo com cada língua, que dão origem às mudanças entre as línguas e as mudanças dentro da própria língua. Então, cabe a criança, escolher através do IMPUT o valor que o parâmetro deve ter.

          No ponto em que se fala sobre o cognitivismo construtivista, faz-se um paralelo contraditório entre o behaviorismo de Skinner que defendia que a linguagem era um conjunto de comportamentos e o inatismo de Chomsky que afirma que a linguagem vem de uma herança genética, isto é, inata, onde se nasce com uma gramática na mente e que se desenvolve no decorrer do tempo. Diz ainda que se a criança dependesse de aprender através de imitação, como ressaltava o behaviorismo, ela nunca teria uma gramática perfeita.
              Na terceira parte, trata-se sobre a Gramática Universal e sua relevância, atentando para aspectos importantes abordados por Lyons sobre a teoria chomiskiana.
              Primeiro ele mostra como o mentalismo chomiskiano, se caracteriza como antimaterialista e antibehaviorista, discordando que a linguagem é igual a qualquer outro comportamento que pode ser explicado através de estímulos – reforço – resposta, e ainda que essa vem de experiências com o meio.
              Lyons, ainda ressalta algumas diferenças sobre a proposta de Chomsky acerca do pensamento, que o homem já nasce dotado de determinados preceitos, que se usarão para resolver outros, e também sobre a origem da linguagem, que esta e sua aquisição também tem caráter inato.
              Fala ainda sobre a importância dos estudos de Piaget. Mostrando as quatro fases que a criança passa, sendo a mais importante a passagem da sensório-motora para a pré-operacional. E que Piaget ressalta que a evolução cognitiva é pré-ordenada, isto é, inata, sendo assim, este partilha do mesmo pensamento de Chomsky.
  1. A HIPÓTESE GERATIVO TRANSFORMACIONAL
              O inatismo é uma hipótese, defendida por Chomsky, de que o ser humano é dotado de uma gramática inata, ou seja, essa teoria postula que o ser humano vem programado biologicamente para o desenvolvimento de determinados conhecimentos, essa proposta procura dar conta da competência e criatividade do falante.
               Para reforçar isso vejamos: Vamos supor uma criança de um ano e pouco, mais de um ano e meio, que por sua vez começa a falar as primeiras palavras, estas serão possivelmente mamã e papá, decorrente daí surgem suas primeiras produções orais. Vamos dizer agora, que esta já esteja com três anos de idade, e não estará falando apenas palavras, mas sim frases, como por exemplo: vovó solandu, ou seja, ela quis dizer que a vovó está chorando. Pelo que se pode perceber são frases curtas e gramaticalmente incompletas, no entanto os adultos  passam a compreender o que a criança diz, devido estarem, habituados com sua linguagem.
            Um linguista adepto da teoria gerativo-transformacional atentando mais para sintaxe do que para a fonologia ou a morfologia, dirá que essa criança já adquiriu uma certa competência linguística, apesar das pequenas imperfeições em seu desempenho. Portanto, dentro dessas limitações que essa criança já é competente em sua língua materna.[1]
              Um linguista olhar mais para a sintaxe do que para fonologia e morfologia, ressalta que a criança já possui uma certa competência linguística, apesar dos pequenos erros apresentados nas frases anteriores, então se conclui que a criança já é competente em sua linguagem.
              Ao se comparar frases de crianças com a de adultos, chegasse à conclusão que elas não são imitações da fala dos adultos, pois o discurso da criança é ordenado por regras, pois as crianças possuem várias palavras diferentes da gramática dos adultos, no entanto e a partir do discurso dos adultos, que a criança passa a desenvolver seu próprio sistema de regras subjacente às suas elocuções.
              Como exemplo disso é, quando a criança diz “fazi” em vez de “fiz” o que podemos ressaltar é que ela não aprendeu esta palavra devido à repetição, pois com certeza ela nunca ouviu nem o pai nem a mãe dizendo “fazi”. A explicação é que a forma “fazi”, é resultante do padrão dos verbos regulares da segunda conjugação, portanto a criança se adaptou a dizer por exemplo, “bebi” em vez de “beber”, ou então “comi” em vez de “comer” e é decorrente daí que quando a criança ouve alguém dizer fazer ele só diz “fazi”.
              A conclusão que se chega é que durante o processo de aquisição da linguagem, a criança perceberá na língua, estruturas hierarquizadas e a partir disso ela as incorpora a sua gramática, o mesmo afirmará também que ela já nasce com uma capacidade inata de aquisição da linguagem, devemos ressaltar também que essa aquisição da língua materna é uma consequência normal do seu desenvolvimento maturacional, portanto é um reflexo da sua capacidade para levantar hipóteses, e a partir de então ela passa a buscar e a descobrir certas regularidades existentes na língua, consequentemente a criança estará pronta para adquirir a língua, e com isso ela irá formular suas hipóteses e a partir disso vai cada vez mais aproximando a sua linguagem a do modelo adulto.
              Atualmente, existem outros argumentos a favor da hipótese inatista, defendendo que a faculdade da linguagem não é um modelo da cognição. Pinker ressaltou o fato de que pessoas com atraso ou problemas mentais não necessariamente têm problemas linguísticos, no entanto existem casos de famílias inteiras com problemas linguísticos, enquanto que suas capacidades cognitivas são absolutamente normais.
              Para Chomsky, a criança tem um dispositivo de aquisição da linguagem, ou seja, DAL, que é inato e é ativado e que trabalha a partir de sentenças, conhecido por IMPUT, e tem como resultado a gramática da língua a qual a criança ficará exposta, para ele, este dispositivo é formado por uma série de regras, e cabe a criança em contato com as sentenças de uma língua, selecionar aquelas regras que funcionam naquela língua utilizada por ele, e excluindo as que não tem nenhum papel.
              Segundo essa proposta, a criança tem uma Gramática Universal (GU) ela é inata e contem às regras que serão ativas na língua que está adquirindo.
              Outra teoria de Chomsky é a teoria de princípios e parâmetros, onde, o conceito de gramática universal muda. De acordo com essa teoria, a gramática universal seria formada por princípios, ou seja, “leis”, em que os valores variam de uma língua como também a mudança numa mesma língua. O trabalho da criança será o de escolher a partir do IMPUT, ou seja, ela deverá determinar o valor que um determinado parâmetro deva tomar.
              Um outro, ponto importante é o do desenvolvimental, que deve mostrar a variabilidade, e do tempo real em que esse processo ocorre. Existem propostas para tentar responder a este ponto importante, uma é a hipótese maturacional onde os parâmetros estão programados geneticamente para serem fixados em estágios diferentes de maturação, de modo gradual, onde processo maturacional seria o que provocaria a passagem, isto é, a transformação da gramática universal para a gramática da língua a ser apreendida.
              A outra é a continuista, dividida em hipótese de competência plena/total, segundo ela todos os princípios estão disponíveis desde o inicio, se os parâmetros não são fixados imediatamente, é por que há dificuldades. A da aprendizagem lexical, é a que diz que embora os princípios estejam todos disponíveis, o desenvolvimento sintático será guiado pela aprendizagem de novos itens lexicais e morfológicos.
  1. O COGNITIVISMO CONSTRUTIVISTA
              A teoria inatista da aquisição da linguagem tem como principal representante o linguista Noam Chomsky, que adotou uma postura contrária ao behaviorismo de Skinner vigente na época, onde argumenta que a linguagem é uma herança genética e não um conjunto de comportamentos verbais como afirma o behaviorismo.
                     O organismo básico de Chomsky é: num tempo bastante curto (mais ou menos dos 18 aos 24 meses), a criança, que é exposta normalmente a uma fala precária, fragmentada, cheia de frases truncadas ou incompletas, é capaz de dominar um conjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem a gramática internalizada do falante [2]
              Usando esse argumento Chomsky faz valer a sua teoria comprovando que a capacidade linguística está inscrita no código genético do ser humano e que a criança necessita apenas de um certo “empurrãozinho” para desenvolver a gramática especifica que é a sua gramática nativa.
              Quando Chomsky, ao confrontar sua teoria com a de Skinner alega que se a criança desenvolvesse sua capacidade linguística por imitação como afirma o behaviorismo ela jamais seria capaz de atingir uma gramática perfeita se o estimulo do meio onde a criança vive é falha e fragmentada, por isso a teoria inatista afirma que a criança já nasce pré-programada com uma grande quantidade de informações a que Chomsky chama de Gramática Universal e que sem esse conhecimento biológico a criança não poderia adquirir uma língua perfeita já que o meio não dá as informações suficientes.
              Numa segunda versão da teoria inatista “postula-se que a criança nasce pré-programada com princípios (universais) e um conjunto de parâmetros que deverão ser fixados ou marcados de acordo com os dados da língua a qual a criança  está exposta”.[3] Nesta visão a criança necessita de um imput, a linguagem é colocada num domínio cognitivo e biológico admite que a linguagem é genética, mas precisa do contato com a língua materna para se desenvolver.
         Chomsky usa o termo COMPETÊNCIA para designar o conhecimento que o falante tem da sua língua, e o termo DESEMPENHO para designar o uso que o falante faz desse conhecimento.[4]
              Neste caso a “competência” é o conhecimento que a criança traz no seu código genético e o “desempenho” é a maneira de como ela vai usar esse conhecimento e que tanto um quanto o outro são por natureza geneticamente determinado.
  1. A GRAMÁTICA UNIVERSAL E SUA RELEVÂNCIA
              Para Chomsky e seus adeptos, a linguagem demonstra indícios que supõem a existência da mente ou que justificam o mentalismo, mas que comumente é confundido com “idealismo” ou “dualismo”. Contudo, o que eles defendem na verdade é que para se descrever a forma de adquirir e empregar a linguagem deve-se buscar, às vezes, conceitos que extrapolam o plano fisiológico dos homens. Com isso rompem com os ideais de que os processos mentais resultam de meros processos físicos.
              Para Lyons, (p.223) o mentalismo Chomiskiano caracteriza, primeiramente, por seu aspecto antimaterialista e antibehaviorista uma vez que discorda que a aquisição de linguagem é igual a qualquer outro comportamento e que se possa explicá-la por processos de condicionamentos (estímulos – reforço – resposta), ou que essa advém das experiências mantidas com o meio. Contestando assim, a visão reducionista de que “…qualquer disciplina com pretensões cientificas tinham que se espelhar no modelo das chamadas ciências exatas…” [5]
              Chomsky, racionalista por convicção, acredita que a mente já vem dotada de uma estrutura propensa a adquirir saberes e que essa possui algumas restrições, sendo a aquisição da linguagem uma parte mais especifica do processo de aquisição do conhecimento. Nesse sentido, Chomsky crê que a linguagem constitui o meio do ser humano expor o pensamento, o qual é uma faculdade inata, ou seja, o homem é dotado geneticamente de habilidades de construção de determinados preceitos em detrimento de outros, o que, nessa abordagem, é pré-requisito para se adquirir o sentido dos vocábulos.
              O que diferencia Chomsky dos demais racionalistas, segundo Lyons (p. 225), é, primeiramente, sua postulação de que a aprendizagem da gramática de uma língua mãe e a forma de associação de sentidos a palavras e suas respectivas formas requerem explicação, bem como a idealização das distintas classes de gramáticas gerativas que definiram novos modelos de precisão para o estudo da magnitude de linguagem humana ao compará-la aos demais meios de comunicação. O seu outro diferencial é o conceito de que não se pode explicar a origem da linguagem e sua aquisição desconsiderando seu caráter inatista.
              Chomsky postula também a existência de uma “dependência de estrutura” ou critérios arbitrários de linguagem, isto é:
            …o conjunto ou sequência de objetos, aos quais se aplica, tem uma estrutura interna e que a regra, ou principio, faz referência essencial a essa estrutura como condição de aplicabilidade ou como determinante de maneira de aplicação de regra [6]
              O maior legado de Chomsky para a filosofia da mente e da psicologia de aquisição da linguagem é: a concepção de relevância da dependência da estrutura como característica, a priori, universal das línguas humanas e o conceito da importância de se mostrar os processos envolvidos na apropriação dessa faculdade pela criança.
              Chomsky considera que a mente é um grupo de disposições, de origem material controvertida, que interagem entre si, cada qual bem desenvolvida para a respectiva função que desempenhará e as quais evoluem conforme o seu plano de desenvolvimento, preestabelecido pela carga genética. Entretanto, mesmo com todos os estudos já realizados nessa área e com todo o sucessivo crescimento desses, não se conseguiu chegar a um consenso, isto é, uma resposta precisa para essa questão, mas a saída mais provável é a pesquisa experimental que reúna ciências a fins.
              Os trabalhos sobre a aquisição da linguagem também tiveram outro grande elaborador, Piaget. Segundo o qual há quatro etapas na ampliação das operações psíquicas da criança, sendo a fase mais importante à passagem da etapa sensório-motor, que dura ate cerca dos dois anos e onde a criança tem contato com objetos concretos, para a etapa pré-operacional, que vai ate perto dos sete anos, quando a criança começa a usar palavra e sintagmas guiado pelo seu entendimento prévio de comparação, movimentação e transformação dos objetos.
              Dessa forma, a passo que Piaget ressalta o valor da experiência ele toma as diversas etapas de evolução cognitiva como algo inerente à espécie humana e que são pré-ordenadas geneticamente, ou seja, de maneira inata. Com isso, corrobora, de certa forma, com a teoria inatista de Chomsky.
  1. CONCLUSÃO
              A partir do que foi visto e discutido, chega-se à conclusão que o inatismo, é uma tendência que acredita na existência da mente, e que todo e qualquer aprendizado é inato e não simples imitação.
              Que a criança chega ao processo de aprendizado da língua, por um dispositivo de aquisição da linguagem chamado de DAL. Que é ativado a partir da produção de sentenças, IMPUT, que é onde ficam todas as regras onde a criança seleciona em que lugar deve usar, que tem como resultado a língua a qual a criança será exposta.
              Através dos princípios e parâmetros a concepção de Gramática Universal muda. Os princípios ou leis, invariantes são aplicados do mesmo modo em cada língua e nos parâmetros é que contém as diferenças para cada língua, e até mesmo de uma mesma língua.
              Então o inatismo, se opõe a várias tendências, que afirmam que a criança aprende por um processo chamado de imitação, que funciona através de estímulos, reforço e respostas, tese fundamental do behaviorismo, defendido por Skinner.
              Lyons, diz que o autor que mais se aproxima da visão de Chomsky é Piaget, que acredita que a evolução cognitiva também através de um processo pré-ordenado, ou seja, inato.

  1. KATO, Mary A.  No Mundo da Escrita: uma perspectiva psicolingüística. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1990. pp. 98 – 138.
  2. LYONS, JohnLinguagem e Lingüística: uma introduçãoTradução de Marilda Winkle Averbug. pp. 219 – 243.
  3. MAROTE, João Teodoro D`olim e FERRO, Gláucia D`olim Marote. Didática da Língua Portuguesa.
  4. SANTOS, Raquel. A Aquisição da Linguagem. FIORIN, José Luiz. (Org.). Introdução à lingüística:  I objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2002.
  5. SCARPA, Ester Mirian. Aquisição da Linguagem. In MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina. (Orgs.) Introdução a Lingüísticadomínios e fronteiras, v.2. São Paulo: Cortez, 2001. pp. 203 – 232.

A Teoria PIAGENTIANA de Aquisição da linguagem - TEORIA COGNITIVISTA


Resultado de imagem para PIAGETA teoria piagetiana da aquisição da linguagem centrada na capacidade cognitiva busca entender o desenvolvimento natural da criança. Tendo como base e finalidade a inteligência, que começa a se organizar por meio de uma ação lógica sobre o biológico, isto é, os atos biológicos são adaptados ao meio físico.
Este estudo torna-se relevante por produzir reflexões acerca da aquisição da linguagem segundo Piaget, o que possibilita o aprofundamento dos estudos teóricos sobre o desenvolvimento da linguagem. Esta pesquisa é direcionada aos acadêmicos e pesquisadores da área de Letras interessados nas diversas concepções de linguagem.
O objetivo principal que norteia a pesquisa é desenvolver subsídios teóricos sobre a aquisição da linguagem a partir dos estudos de Piaget, e os objetivos específicos apresentados para defesa da pesquisa são: descrever a teoria piagetiana sobre a aquisição da linguagem; estabelecer relação entre o desenvolvimento do conhecimento de Piaget e o desenvolvimento da linguagem; Ressaltar a possibilidade de novas discussões sobre as teorias de aquisição da linguagem.
Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, qualitativa e descritiva, para sua realização utilizou-se o procedimento de levantamento de dados através das técnicas de resumo, fichamento e resenha. Para fundamentar este trabalho foram selecionados os autores Jean Piaget e Noam Chomsky.
Este estudo está organizado em duas seções, a primeira seção trata do “Construtivismo-Cognitivista: linguagem vinculada à cognição”, tendo como subtópicos ‘O sujeito e o ambiente; Estágios de desenvolvimento e a Linguagem como ferramenta’. A segunda seção tem como titulo “Resultados e Discussão”, e em seguida serão apresentadas as conclusões do trabalho.


CONSTRUTIVISMO – COGNITIVISTA: LINGUAGEM VINCULADA À COGNIÇÃODo estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética, isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança.

Segundo Piaget, as habilidades intelectuais humanas são formadas basicamente por meio da ação, ressalta que a interação entre o organismo e o ambiente é o principal impulso para o desenvolvimento do conhecimento.
Inhelder nos esclarece o que Piaget pensa sobre a linguagem:

Para Piaget (1966), a linguagem faz parte de uma organização cognitiva mais geral que mergulha suas raízes na “ação e nos mecanismos sensório-motores mais profundos do que o fato lingüístico”; em particular, é um dos elementos de um feixe de manifestações que repousam na função semiótica, na qual participam o jogo simbólico, a imitação diferida e a imagem mental. (INHELDER, 1983, p.170)

Desta forma, Piaget entendia o cognitivo como uma adaptação, que organiza a função de estruturar o universo do individuo, relacionando o pensamento e os objetos, onde a capacidade cognitiva irá construir mentalmente as estruturas capazes de serem aplicadas às do meio. Quando tais conquistas cognitivas se unem, superando a inteligência sensória e motora, a caminho da inteligência pré-operatória de fases posteriores, surge a possibilidade de a criança adotar os símbolos públicos da comunidade mais ampla em lugar de seus significantes pessoais, ou seja, a linguagem se torna possível, já que a linguagem é entendida, por Piaget, como um sistema simbólico de representações, assim como outros aspectos da função simbólica geral.


O SUJEITO E O AMBIENTE
Nos estudos sobre aquisição da linguagem, destaca-se o interesse em saber como a criança aprende a língua em que dominará para se comunicar com o meio em que vive.
Piaget ressalta que o individuo aprende do individual para o coletivo, por isso é importante a relação do sujeito com ambiente, pois segundo a sua teoria a aquisição e o desenvolvimento da linguagem são processos derivados do desenvolvimento do raciocínio na criança. Propõe-se que o sujeito constrói estruturas com base na experiência com o mundo físico, ao interagir e ao reagir biologicamente a ele, no momento dessa interação.
A teoria piagetiana tem como base a interação do sujeito com mundo, portanto o sujeito cognoscente constrói o real por meio da ação, relacionando-se ao objeto, espaço, tempo e causalidade. Assim, a criança constitui sua inteligência através de sua interação com mundo, com esquemas mentais que possibilitam apreender a realidade, segundo Fiorin (2008, p.222):

Para ele, a criança constrói o conhecimento com base na experiência com o mundo físico, isto é, a fonte do conhecimento está na ação sobre o ambiente. (...) está interação é entre a criança e o mundo. (...) Seu interesse não é pela linguagem per se, mas a linguagem como porta para a cognição.

Portanto, Piaget fala que todo o conhecimento começa por uma assimilação pelas estruturas e esquemas do sujeito dos dados que recebe do exterior. Estas estruturas e esquemas são os meios que permitem o conhecimento. Tal assimilação implica, por sua vez, a sua modificação. A acomodação consiste na modificação destas estruturas ou esquemas para se adaptarem aos novos dados que emergem da interação com o meio.
A inteligência surge então como o conjunto das estruturas e esquemas de que um organismo dispõe em cada fase do seu desenvolvimento. Assim, a adaptação do organismo constitui a expressão do equilíbrio atingido entre a assimilação e a adaptação. Filgueiras (2002) concorda com Piaget e diz: “é que a fim de acomodar é necessário que o sujeito antes se desequilibre estruturalmente, enquanto conjunto de esquemas, para se equilibrar novamente”. Tal equilíbrio somente se dá a partir do processo de assimilação-acomodação por meio da interação.
Por isso, importante é também salientar a importância da análise de um ser que se reconstrói ao longo do tempo, tendo sempre presente as premissas básicas de totalidade, transformação e auto-regulação, estruturadas em torno de um desenvolvimento, e que subjazem a qualquer processo educativo. As dimensões que mais interessam a este trabalho passam, sem dúvida, pelos aspectos cognitivos e lingüísticos que estão na base de toda esta espiral materializada num modelo desenvolvimentista.

ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO
Um conceito essencial da epistemologia genética é o egocentrismo, que explica o caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso se adquire a noção de responsabilidade individual, in dispensável para a autonomia da criança.
Segundo Piaget, há quatro estágios do desenvolvimento cognitivo. O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.
O estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.
O estágio das operações concretas, dos 7 aos 11 ou 12 anos, tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge à lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridade e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.
Fiorin (2008, p.222) destaca que:

(...) que o desenvolvimento cognitivo passa por períodos, estágios: sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais. Os estágios piagetianos são universais (gerais e invariáveis) e, em cada um, a criança desenvolve capacidades necessárias para o estágio seguinte, provocando mudanças qualitativas no desenvolvimento.


Por volta dos 12 nos começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. De acordo com a tese piagetiana, ao atingir essa fase, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta.

A LINGUAGEM COMO FERRAMENTA
Os estudos de Piaget, por sua vez, foram desenvolvidos tendo em vista a interação. Nessa interação, fatores internos e externos se inter-relacionam continuamente, formando uma complexa combinação de influências. Desta forma Piaget discorda das teorias inatistas, por desprezarem o papel do ambiente, e das concepções ambientalistas porque ignoram fatores maturacionais.
A comunicação, de um modo geral, é um processo evolutivo. O papel da linguagem no desenvolvimento cognitivo tem sido discutido por diferentes teóricos. As propostas cognitivistas contemplam, em geral, uma abordagem racionalista, isto é, pressupõe alguma capacidade inata.
Dentro das linhas cognitivistas, o interacionismo ou construtivismo entende a linguagem como uma forma de representação, porque permite ao sujeito evocar verbalmente objetos e acontecimentos ausentes, desta forma, as crianças constroem a linguagem, sendo esta considerada um instrumento. Um dos fatores indispensáveis para o surgimento da representação é a constância objetal, pela qual a criança consegue representar objetos ausentes. Esta proposta valoriza o aspecto motor, uma vez que pressupõe o surgimento do simbolismo após a passagem pelos estágios do período Sensório-Motor.
O surgimento da linguagem parece apresentar estreitas relações com os aspectos cognitivos. A teoria piagetiana sugere que o desenvolvimento lingüístico depende do desenvolvimento da inteligência, sendo considerada uma forma de representação desta última. Para o teórico, o desenvolvimento cognitivo que irá possibilitar o nascimento do simbolismo.
A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente sensório-motoras. O autor considera estas como condutas de transição ou pré-simbólicas e correspondem ao uso convencional dos objetos, aos esquemas simbólicos e ao esboço de aplicação de ações em outros objetos. Ainda que esteja relacionada aos comportamentos que vão além do domínio sensório-motor, estão voltadas de forma significativa na atividade do infante e não chegam ainda a representar por meio de símbolos propriamente ditos, ou seja, os objetos ou acontecimentos ausentes. Neste período ainda pode-se dizer, de acordo com a concepção piagetiana, que existe uma pré-linguagem.
Em uma determinada etapa do desenvolvimento infantil, observam-se alguns comportamentos que poderiam ser identificados como uma simples brincadeira. No entanto, trata-se do jogo de faz-de-conta, um brincar ou jogar simbólicos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá por meio da alteração de conduta de um indivíduo, seja por Condicionamento Operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos.
Outro conceito de aprendizagem é uma mudança relativamente durável do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemática, ou não-adquirida pela experiência, pela observação e pela prática motivada. O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no meio social e temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda, normalmente, por esses fatores e por predisposições genéticas.
As teorias de Jean Piaget tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação em bases científicas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência, mas, experimentalmente, comprovou suas teses. Resumir a teoria de Jean Piaget não é uma tarefa fácil.
A teoria piagetiana não oferece aos educadores uma didática específica sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Ele nos mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O conhecimento dessas possibilidades faz com que os professores possam oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do indivíduo:

Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de ‘técnico do time de futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ‘ensinando’... aí não está havendo uma escola piagetiana (Lima, 1980, p. 131).

A partir das colocações anteriores, pode-se considerar que a teoria de Piaget complementa ao referir que interagir pressupõe, da perspectiva do sujeito, poder assimilar o objeto às suas estruturas, demanda que o sujeito tenha um esquema pelo qual o elemento exterior possa ser incorporado no mesmo. Não é uma interação qualquer que proporcionará o desequilíbrio e a acomodação, mas uma interação sujeito-objeto, a qual possui sentido para um aquele sujeito. Conseqüentemente, pode-se considerar este um processo individual.
A teoria piagetiana percebe o desenvolvimento cognitivo construído a partir do biológico. Pois para ele, a inteligência começa a se organizar por meio de uma lógica da ação calcada sobre o biológico, ou seja, os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico. Desta forma, pode-se concluir que Piaget entendia o cognitivo como uma adaptação, que organiza a função de estruturar o universo do indivíduo. Este conceito refere-se à relação entre o pensamento e os objetos, uma vez que a capacidade cognitiva irá construir mentalmente as estruturas capazes de serem aplicadas às do meio.

CONCLUSÃO

A teoria piagetiana de aquisição da linguagem ressalta que todo ser humano passa a desenvolver suas habilidades a partir da interação, e o ambiente é o principal impulso para desenvolver o conhecimento da criança. Afirmando assim que a aprendizagem acontece através do que ela aprecia ao seu redor. Contudo para uma boa aprendizagem é evidente que devemos estimulá-la.
Assim sendo, diante dos estudos realizados sobre aquisição da linguagem foi comprovado que não só para Piaget, mas com para outros estudiosos a linguagem é influenciada pelo ambiente. Portanto o ser humano nasce com a capacidade de aprender, necessitando apenas de estímulos externos, desenvolvendo assim a linguagem, abrindo caminhos para novas discussões a cerca da aquisição da linguagem.
Dentre as teorias do conhecimento já pesquisadas é possível que a aquisição da linguagem seja a mais completa delas. Ela é completa não só porque abrange a aquisição de conhecimentos pelo homem desde o nascimento até a idade adulta, mas também porque ela procura responder quais são os processos desta aquisição.
Sobre essa perspectiva, os objetivos, sem duvida, foram alcançados, pois fica claro que a linguagem vem ser um dos principais, se não o principal mecanismo para que as crianças desenvolvam suas aptidões. Além do que, a própria desenvoltura da linguagem pode e deve ser considerada parte de todo esse aprendizado.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

INHELDER, B. Linguagem e conhecimento no quadro construtivista. In: PIATELLI-PALMARINI, M. (Org.). Teorias da linguagem, teorias da aprendizagem: o debate entre Jean Piaget e Noam Chomsky. São Paulo: Cultrix: Editora da USP, 1983.

FIORIN, José Luiz. (org.). Introdução Linguística: I. Objetos Teoricos. 5ª ed., 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.

FILGUEIRAS, Karina Fideles. Psicopedagogia On-line, 2002. Um estudo sobre a lateralidade como fator influente na alfabetização. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/download/lateralidade.doc>.

LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para principiantes. 2. ed. São Paulo: Summus, 1980. 284 p.

IPA - international phonetic alphabet





FONÉTICA x FONOLOGIA

A fonética estuda os sons presentes na fala, em seus aspectos acústicos e fisiológicos. Enquanto isso, a fonologia estuda os padrões de som em linguagens específicas. Ambos são ramos da ciência que estudam a sonoridade.
FonéticaFonologia
Definição
A fonética é o estudo da acústica e fisiologia da produção, percepção e sons da fala. Ela analisa os sons em sua realização concreta, na forma como as consoantes e vogais são pronunciadas.
A fonologia é o estudo dos fonemas, os padrões de som de uma linguagem.
Unidade mínima de estudoO som da fala, o som produzido pelos humanos.O som de uma linguagem, o fonema.
Objeto de análiseAnalisa a substância de expressão.Analisa a forma de expressão.

O que é fonética?

A fonética envolve o uso de medidas acústicas, em particular espectrogramas ou medidas articuladoras, para caracterizar os sons emitidos pelos humanos durante a fala.
fonética e fonologia
Por exemplo, quando alguém pronuncia a palavra "dieta", a fonética irá analisar a forma como a consoante /d/ será pronunciada: /dj/. Ou seja, esse estudo analisa a forma como as vogais e consoantes são pronunciadas.

A transcrição fonética

A transcrição fonética é o método formalizado de transcrever os sons das diferentes línguas, e se aproxima da maneira padrão como determinado fonema deve ser pronunciado.
Por exemplo, em português, a transcrição fonética da letra f é [′ɛfi], enquanto a transcrição na língua inglesa será [ɛf].

O que é fonologia?

A fonologia envolve a tentativa de formalizar, de forma gramatical, os padrões de som, assim como explicar e entender como as gramáticas podem diferir entre os idiomas.
A fonologia estuda a maneira como os sons se organizam em uma linguagem, como a estrutura silábica, os acentos e entonações.

Divisões da Linguística

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1. Considerando o foco da análise:

Linguística Descritiva (ou sincrônica): Fala de uma língua, descrevendo-a simultaneamente no tempo, analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos em um estado da língua, além de fornecer dados que confirmam ou não as hipóteses. Modernamente, ela cede lugar à Linguística Teórica, que constrói modelos teóricos, mais do que descreve;

Linguística História (ou diacrônica): Analisa as mudanças que a língua sofre através dos tempos, preocupando-se, principalmente, com as transformações ocorridas;

Linguística Teórica: Procura estudar questões sobre como as pessoas, usando suas linguagens, conseguem comunicar-se; quais propriedades todas as linguagens têm em comum; qual conhecimento uma pessoa deve possuir para ser capaz de usar uma linguagem e como a habilidade linguística é adquirida pelas crianças;

Linguística Aplicada: Utiliza conhecimentos da linguística para solucionar problemas, geralmente referentes ao ensino de línguas, à tradução ou aos distúrbios de linguagem.

Linguística Geral: Engloba todas as áreas, sem um detalhamento profundo. Fornece modelos e conceitos que fundamentarão a análise das línguas.

2. Considerando o que constitui a língua:

Fonologia: Estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas;

Morfologia: Estuda as classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação;

Sintaxe: Estuda as funções das palavras nas frases;

Semântica: Estuda os sentidos das frases e das palavras que a integram;

3. Considerando suas conexões com outros domínios:

Psicolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a mente;

Sociolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a sociedade;

Etnolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a cultura (cultura não no sentido de erudição ou conhecimento livreiro, mas sim como as tradições de um povo, esta cultura que todos possuem.)

Afinal, o que é linguística?

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Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana. Como toda a ciência, ela baseia-se em observações conduzidas através de métodos, com fundamentação em uma teoria. Portanto, a função de um linguista é estudar toda e qualquer manifestação linguística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.
Para um linguista é muito mais interessante uma passagem do tipo:
Cumé qui é?   
a outra:
Como é que é?
Pois as variações linguísticas e seus motivos sócio-culturais são, cientificamente, muito mais relevantes do que a norma padrão da língua, isto é, o jeito “correto” de falar.
O linguista quer descobrir como a língua funciona, estudando várias dessas línguas, de forma empírica (através de dados baseados na experiência), dando preferência às variações populares faladas em diversas comunidades.
Os critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados linguísticos obedecem a uma teoria linguística expressamente formulada para esse fim.