Mas, será que apenas aprender uma segunda língua torna uma pessoa bilíngue?

Quantas pessoas conhecemos que investiram tempo e dinheiro para o aprendizado de um idioma, e, mesmo após anos se dedicando, ainda apresentam dificuldade no uso da língua? Tornar-se bilíngue é objetivo de muitos, mas afinal, o que significa bilinguismo e o que é ser bilíngue?
O bilinguismo engloba diversos fatores e, devido à complexidade do processo, é difícil encontrar uma única definição que o descreva e que o explique. No entanto, de uma forma geral, há consenso entre os linguistas e especialistas no assunto que o bilíngue é capaz de se comunicar com clareza em duas línguas. A pessoa é considerada bilíngue quando ela se sente confortável e segura para usar as duas línguas em diferentes contextos e ambientes. Isso inclui o uso de ambos os idiomas em contextos acadêmicos, profissionais e sociais, podendo ser formais ou informais.

Então isso significa que a pessoa bilíngue é igualmente fluente em duas línguas?

A resposta é não. Geralmente, a maioria dos bilíngues é mais fluente em um dos idiomas, que é chamado de dominante. A exceção ocorre quando a criança é exposta aos dois idiomas com a mesma intensidade e frequência desde antes dos dois anos de idade. Neste caso, a criança bilíngue possui duas primeiras línguas e é igualmente proficiente em ambas. Assim, há casos em que a criança possui duas línguas dominantes. Vale ressaltar que há diversos tipos de bilinguismo que variam significantemente na sua definição, processo e resultados, e que serão futuramente abordados e explicados aqui no Sproutly.
É importante ressaltar que tornar-se bilíngue vai além de ter conhecimento de uma segunda língua, e tampouco significa traduzir palavras, frases e expressões de um idioma para o outro. Bilinguismo engloba a capacidade de pensar em duas línguas e de usá-las em ocasiões variadas. É também a habilidade de trocar de uma língua para outra enquanto comunica-se (code switching), e confiança para usar palavras, termos e expressões de forma adequada. Bilinguismo é, portanto, a habilidade de falar, ler, escrever e compreender duas línguas com eficiência.

Mas o que é preciso para tornar-se bilíngue?

Dois fatores são importantes: a qualidade e a quantidade da exposição à língua (input), bem como o uso e prática da mesma (output), e o tempo e dedicação investidos no processo de aprendizagem da segunda língua. Outras variáveis também influenciam e serão discutidas futuramente. Para maximizar as oportunidades e enriquecer as experiências durante esse processo, a escolha de uma escola de inglês ou método de ensino é fundamental. É importante que a instituição ofereça input de qualidade e oportunidades consistentes para output. Quanto mais o segundo idioma for usado não só na sala de aula entre professores e alunos durante a instrução, mas também entre os alunos durante as interações propostas e na comunicação visual e oral da escola, mais oportunidades de input e output são gerados. Murais, pôsteres, mensagens, placas de sinalização etc., beneficiam o aluno se forem feitas na segunda língua. Dessa forma, a exposição ao segundo idioma ocorre tanto formalmente, através da instrução direta em sala de aula, como informalmente e indiretamente, no ambiente ao redor. Essa estratégia maximiza a exposição à língua de maneira significativa e autêntica, favorecendo o processo.